No campo das tendências, o novo nem sempre é tão novo assim. O olhar preditivo, que deveria revelar caminhos emergentes, muitas vezes apenas reforça uma visão limitada sobre o que merece atenção.
O dado é perturbador: 90% dos trend reports vêm de apenas 10 cidades no mundo. Londres, Nova York, Tóquio, Paris, Xangai, Los Angeles, Amsterdã, Berlim, São Paulo e Seul concentram a produção de relatórios que moldam as previsões sobre comportamento, consumo e cultura.
Esse recorte territorial reduz a diversidade de perspectivas. Tendências são apresentadas como universais, mas partem de um referencial geográfico e sociocultural muito específico.
Tendência ou viés?
A ideia de um fluxo global de tendências esbarra na realidade de que o que é relevante em uma metrópole cosmopolita pode ser irrelevante para grande parte da população mundial. Modelos de negócio, comportamentos emergentes e transformações culturais não seguem um único eixo – mas os relatórios de tendência frequentemente fazem parecer que sim.
Esse viés, além de geográfico, é também econômico e tecnológico. A velocidade de adoção de certas inovações, por exemplo, não acontece da mesma forma em diferentes contextos. A China, por exemplo, já utiliza pagamentos por reconhecimento facial em larga escala, enquanto algumas regiões ainda estão se adaptando ao pagamento por aproximação.
A definição de “futuro” depende de para onde se olha.
Tendências deveriam abrir perguntas, não cravar respostas.
O problema não é mapear sinais a partir desses grandes centros urbanos, mas confundi-los com um reflexo absoluto do que está por vir. Quando previsões se tornam apenas reembalagens de um pensamento centralizador, a capacidade de antecipação é comprometida.
Tendências não deveriam ser encaradas como verdades fechadas, mas como hipóteses que precisam ser tensionadas.
O que marcas podem aprender com isso?
A análise de tendências precisa de mais interseções e menos certezas. Em vez de replicar previsões como fatos consumados, marcas que desejam criar relevância precisam ler o mundo com mais criticidade, levando em conta as dinâmicas locais e os múltiplos futuros possíveis.
No fim das contas, a pergunta mais relevante não é “qual é a tendência?”, mas “quem está definindo o que será tendência – e para quem?”
Melissa Resch,
diretora criativa da VOZ Colab
Com mais de 18 anos de prática jurídica, Bortot Cesar passa por rebranding para reforçar posicionamento em Direito Empresarial
Com atuação nacional e foco em soluções jurídicas para empresas, o escritório Bortot Cesar passa a operar com nova identidade e posicionamento. O projeto de rebranding, assinado pela VOZ Colab, atualiza a marca sem romper com sua trajetória.
Reposicionamos o escritório como parceiro de decisões jurídicas complexas, com olhar multidisciplinar e domínio técnico. A nova linguagem reflete uma atuação que combina experiência, sofisticação e visão de negócio.
O logotipo foi mantido para preservar a lembrança construída, mas ganhou amplitude com o desenvolvimento de um sistema visual que dá destaque ao “+” — sinal já presente na marca e agora transformado em elemento gráfico recorrente, símbolo da mentalidade construtiva do escritório. A identidade visual parte do contraste entre sofisticação e calor: preto e branco como base, com presença estratégica do laranja.
O novo posicionamento também se reflete na narrativa. A marca foi estruturada a partir dos arquétipos do Sábio e do Governante, destacando atributos como solidez, escuta qualificada, capacidade analítica e compromisso com a clareza.
“Nós, que não nos surpreendemos facilmente, ficamos absolutamente impressionados com a bagagem demonstrada em cada decisão e emocionados com a entrega realizada pela VOZ. Irretocável. A sensação é a de que o valor da entrega é muito superior ao seu preço.” – Roberta Bortot, fundadora Bortot Cesar Advogados.
Branding pautado por tendência: tendências de consumo e comportamento são excelentes insumos para entender expectativas do consumidor e, a partir disso, orientar decisões de marca. Mas a banalização desses materiais deu origem a marcas que constroem sua identidade a partir do que está em alta, e não do próprio contexto de negócio.
O resultado são marcas que soam contemporâneas, mas não se sustentam. Falta coerência interna, posicionamento claro e domínio narrativo. É o branding como performance: bem apresentado, mas frágil na prática.
Tendência deve ser encarada como ponto de referência, não diretriz. Não há posicionamento que resista ao tempo se não estiver ancorado em verdade operacional.
Legal que você esteja aqui :)
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Que texto necessário! Cada vez mais reflito sobre as coisas que me atravessam, meu consumo e para onde quero levar minha marca. Nessa onda de replicar oq está em alta, é cada vez mais comum vermos marcas com uma comunicação vazia, relegando sua essência e identidade. O sul global tem muito a mostrar, e marcas como a de vocês, são essências nesse processo. Parabéns pelo conteúdo!