Em 1º de janeiro de 2025, começamos a receber os primeiros integrantes de uma nova geração. A Geração Beta nasce em um mundo onde as referências que sustentaram as gerações anteriores já não oferecem respostas. Nascidos entre 1º de janeiro de 2025 e 31 de dezembro de 2039, essas pessoas crescerão sob novas condições sociais, econômicas e culturais que desafiam modelos estabelecidos. Se a Geração Alpha trouxe à tona novas formas de aprender, consumir e se relacionar, a Beta emerge em um cenário onde a imprevisibilidade não é fenômeno passageiro, mas uma constante.
Enquanto seus pais – Millennials e Geração Z – lidam com a erosão de antigas promessas, como estabilidade financeira e segurança previdenciária, a Geração Beta nasce sem sequer a expectativa dessas certezas. O ciclo de vida estruturado pela lógica do século XX – formação, carreira linear, aposentadoria – já não existe como horizonte. O estudo “Generation Beta: Redefining Life, Longevity, and Retirement”, da Prudential, indica que 80% dos entrevistados acreditam que essa geração terá múltiplas carreiras ao longo da vida, e 86% dizem que ocuparão empregos que ainda não existem. Trabalho e identidade profissional não serão conceitos fixos, mas fluxos em constante reformulação.
Novas dinâmicas de vida e trabalho
A estabilidade nunca foi distribuída de forma equitativa, mas serviu como horizonte coletivo. Entre os Millennials, esse horizonte se desfez em sucessivas reconfigurações: a posse de imóveis tornou-se um privilégio distante, a segurança profissional se converteu em ciclos precários de ocupação, e a ideia de uma trajetória previsível perdeu o sentido.
A Geração Z levou esse colapso um passo adiante, questionando não apenas os modelos disponíveis, mas a própria premissa de que a vida adulta deveria se organizar em torno do trabalho. A Geração Beta nasce nesse terreno já desfeito, sem referências que um dia orientaram o que significa “crescer”.
Se o emprego não é um pilar fixo, o que sustenta a vida?
86% dos entrevistados acreditam que a estrutura familiar nuclear deixará de ser predominante.
68% projetam que a Geração Beta terá mais pets do que filhos.
A família, tradicionalmente vista como espaço de amparo e segurança, também entra em mutação. Laços biológicos perdem espaço para redes de apoio escolhidas, e novas formas de pertencimento emergem à medida que envelhecer se torna um processo cada vez mais solitário.
O peso de viver mais tempo
Mais da metade dos entrevistados acredita que o câncer será erradicado durante a vida da Geração Beta, e avanços na medicina indicam que essa geração viverá mais do que qualquer outra. Mas viver mais sem segurança material significa apenas ampliar o tempo de exposição à instabilidade. 58% dos entrevistados acreditam que a Geração Beta nunca se aposentará. Para aqueles que conseguirem parar de trabalhar, será necessário acumular cerca de US$ 1,88 milhão para garantir uma aposentadoria minimamente confortável – um número que contrasta com a realidade econômica da maioria das pessoas hoje.
Se a lógica do trabalho e da aposentadoria já está sendo desmontada, a Geração Beta pode ser a primeira a crescer sem essa perspectiva sequer como referência. A transição entre fases da vida não seguirá mais convenções fixas, mas um fluxo contínuo de reinvenções. O conceito de “parar” pode simplesmente perder o sentido.
Essa indefinição se soma a um fator crítico: a desigualdade. Se as gerações anteriores já enfrentaram barreiras para construir patrimônio e segurança, a Geração Beta pode experienciar uma polarização ainda mais extrema entre aqueles que conseguem acumular recursos e aqueles que passam a vida em ciclos de instabilidade. A longevidade, antes um avanço coletivo, pode se tornar um privilégio acessível apenas para quem conseguir bancá-la.
O desafio da relevância para marcas e empresas

A Geração Beta cresce em um mundo onde o consumo não se organiza mais por categorias fixas. As noções de posse, pertencimento e lealdade a marcas seguem sendo redefinidas, e o que antes era estruturado em rituais de consumo bem delimitados agora se dilui em dinâmicas mais flexíveis e interativas. Essa geração não será um público a ser “atingido” – ela espera participação ativa, influência sobre o que consome e um modelo de relacionamento menos transacional e mais colaborativo.
Precisaremos acompanhar para reaprender, inclusive, o que é relevância.
Melissa Resch,
diretora criativa da VOZ Colab
Qual o papel da marca em uma estrutura de negócio? E do produto? No Modelo de Fluxo de Valor criado pela VOZ, estruturamos um ciclo em que cada elemento se sustenta e potencializa o outro:
O negócio articula a proposta de valor, guiando a criação do produto/serviço;
O produto/serviço entrega a promessa da marca, que é a representação tangível da visão e dos valores da empresa;
A marca comunica essa proposta ao público, criando uma conexão estratégica;
O público valida o valor da marca, retornando ao negócio.
Esse fluxo é contínuo e precisa se manter alinhado e funcional. O sucesso da marca depende da consistência e da interação entre esses pontos de contato essenciais. Para que essa dinâmica se sustente, é fundamental envolvimento contínuo desde Pesquisa e Desenvolvimento até a construção de uma cultura que favoreça essa integração estratégica.
#MarcasComVOZ
A Lousa é uma marca criada pela VOZ desde o naming até a estratégia editorial. E é um sucesso. Hoje, a marca segue conosco para a criação de conteúdo. No post, conheça a newsletter da Lousa, um espaço de reflexão em profundidade.
Redes sociais são vitrine. Mas muitas marcas confundem exposição com solidez. Depositar toda a presença digital de um negócio apenas em plataformas externas e privadas significa construir uma presença digital em terreno alugado — e os donos da propriedade podem mudar as regras a qualquer momento.
O que acontece quando o algoritmo corta seu alcance? Quando sua conta é suspensa sem aviso? Quando a plataforma decide que seu conteúdo não se encaixa mais no que ela quer promover?
Na próxima edição, vamos falar sobre a fragilidade da presença digital sem um ponto de contato proprietário.
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